sexta-feira, 24 de agosto de 2012

3 - Galwin

Madrugada. Trezentos homens atrás de uma colina. Mais trezentos atrás dos muros fortificados. Três sargentos discutindo táticas.

- Temos aríetes e escadas - Elesehr Bjorn, o sargento da tropa de arqueiros, notificou.

- As escadas são dispensáveis, perderemos muito tempo e homens caso tentemos invadir por cima do muro. Precisamos derrubar o portão principal e invadir a cidadela com todas as nossas forças- Galwin Snow respondeu.

- Lá dentro, eles não terão a menor chances - Lothar, o bárbaro, estava ansioso.

- Nós não teremos chances se eles nos enfraquecerem antes de entrarmos. Minha unidade irá na frente em formação de tartaruga e um aríete.

- Formação o quê? - O bárbaro pareceu confuso.

- Escudos levantados sobre as cabeças dos soldados - o Bjorn esclareceu.

- Elesehr, você vai me dar cobertura. Garanta que qualquer homem que apareça nos muros receba uma flecha na garganta. Lothar, sua unidade virá logo após a minha, eu irei derrubar o portão e abrirei caminho para você entrar em carga. Todos entraremos na cidade, Lothar, eu e Elesehr, nessa ordem. Todos de acordo?

Elesehr estalou a língua.

- Perderemos muito homens, mas temos chances.

- É o que temos, sabíamos que estávamos em desvantagem desde o começo. Eles ainda não nos detectaram, teremos que atacá-los sem dar tempo de se organizarem para equilibrar as chances. Alguma sugestão melhor?

Ninguém se manifestou.

- Então, vamos. Minhas tropas marcharão dentro de dez minutos. Estejam preparados.

A cota de malha pesava sob os ombros do sargento bastardo. As botas eram lama pura. O escudo de metal parecia inadequado na mão direita para a maioria do guerreiros. A espada bastarda simplesmente fazia parte da mão esquerda.

- Homens! - Galwin mobilizou sua tropa. - Temos uma missão nesta noite! Iremos derrubar o portão e, depois, derrubar o invasor! Todos teremos as espadas sujas ao amanhecer e todos teremos bebidas e mulheres na próxima noite! Vamos! Vamos para nossa conquista! - e um urro se fez na noite. O sargento marchou e foi seguido por sua tropa.

Galwin não tentou ser discreto e nem conseguiria. Sua unidade estava a cerca de dois quilômetros de distância num terreno plano e de vegetação rasteira. Depois de dez minutos, tochas se agitaram de um lado para o outro no muro. Em vinte, uma meia dúzia de homens apareceram com arcos. Em trinta, mais alguns poucos surgiram e os soldados estavam a menos de cinquenta metros do portão.

- Formação tartaruga! - ordenou e foi obedecido.

Logo, flechas assobiaram pelo ar e encontraram o casco de escudos. Mesmo sem enxergar os homens atrás de si, Galwin percebia como eram inexperientes. Todos com os escudos erguidos sobre as cabeças, mas conforme andavam e se cansavam, iam esbarrando uns nos outros, empurrando e abrindo brechas para as setas matarem os incompetentes. Flechas encravaram nos escudos na primeira saraivada sem causar nenhum estrago, mas um gemido agonizante pôde ser ouvido na segunda . Quando chegaram ao portão, a segunda ordem foi dada.

- Abrir caminho para o aríete!

A maioria não ouviu, mas seguiram o exemplo dos homens das primeiras fileiras e abriram o corredor.

E a tora de madeira maciça veio com fúria contra o portão.

Logo no primeiro impacto, a madeira estalou e rachou. Nesse momento, pedras caíram do céu acompanhando as flechas. O sargento sentiu uma batida forte em seu escudo e quase deu um soco na minha própria cabeça, mas manteve a posição firme. Ele pôde ver um de seus homens distraídos observando o aríete receber um pedregulho no pescoço e cair esparramado no chão com a cabeça num ângulo disforme.

- Protejam o aríete! - Galwin gritou para evitar que matassem os homens encarregados da principal missão e para garantir a concentração dos demais. A defesa era precária, mas relevante.

O segundo impacto foi ainda mais intenso e espalhou rachaduras e brechas por toda madeira inimiga. A ponta de uma flecha perfurou o escudo do sargento e não atingiu seu antebraço por centímetros. Um cadáver despencou do muro com uma flecha na barriga e matou ridiculamente um dos homens do aríete, que foi prontamente substituído por outro entusiasta vibrante - a visão de dois corpos um em cima do outro era risível.

O terceiro impacto foi decisivo. Uma cratera enorme inutilizou a barreira e abriu caminho para a invasão. Os homens de fora gritavam em vitória precipitada. Os homens de dentro se mantinham firmes em suas posições.

- Abrir caminho para a tropa aliada!

As flechas e pedras pararam de cair. Agora, os inimigos se focavam na proteção interna e realmente precisavam de todos. A tropa de Galwin abriu caminho e logo a tropa de Lothar veio. Mais parecia uma turba bárbara como o sargento do que realmente uma unidade militar. Eles correram e entraram com as armas erguidas para o ataque e o bastardo torceu para que eles fizessem tanto estrago quanto barulho.

Enquanto a tropa do bárbaro avançava na vanguarda, o bastardo reorganizou a sua. Gritou, ordenou que os comandos fossem repassados, mas sabia que era impossível ter uma formação perfeita naquele momento - infelizmente, teria que contar com a inteligência da maioria. Enfim, deu-se por satisfeito e marchou para dentro da cidadela.

Não demorou para Lothar se mostrar imprudente. O capitão inimigo havia posicionado duas tropas na frente do combate e sua própria tropa na retaguarda. O bárbaro simplesmente investiu para o meio do campo de batalha e agora tinha sua tropa cercada pelas duas outras - e não demoraria para ter seus homens dizimados.

Galwin movimentou seus homens para o flanco esquerdo, pegando uma das tropas adversárias pela retaguarda.

Havia chegado sua tão esperada hora de derramar sangue.

Os soldados inimigos viram a chegada da tropa do bastardo, mas não souberam como reagir. Nem todos os homens combatem ao mesmo tempo, muitos ficam na retaguarda esperando sua hora de atacar e eram justamente esses quem o sargento mirava. Sendo assim, eles tinham a ordem de atacar um adversário, mas estavam vendo outro se aproximar e seu líder estava muito ocupado para perceber a aproximação e dar as ordens apropriadas - diversão garantida para o atacante. Com o escudo erguido, Galwin espetou a costela do primeiro inimigo, que caiu na mesma hora. Deu um passo, abriu um estômago e derrubou mais um. Outro passo, outra barriga vazando, outro corpo no chão. Com um bom avanço, parou e comandou antes que sua tropa perdesse a unidade e virasse uma bagunça.

- Manter posição! Manter posição!

Um soldado veio contra Galwin com a espada erguida num movimento completamente óbvio que encontrou o escudo e foi morto com a lâmina em seu tórax.

- Proteger o flanco - alguém gritou. Não foi possível ver quem, mas com certeza era um sargento em potencial, alguém que percebe uma necessidade de liderança e toma a dianteira. Alguém que precisava morrer.

A tropa do bastardo manteve uma formação aceitável e ele ordenou que voltassem a avançar. O nível de disciplina e treinamento da sua tropa e da inimiga era o mesmo: homens jovens, ansiosos e inexperientes. Mas ele estava atacando o flanco e não o fronte, ou seja, homens que não receberam ordem nenhuma, não tinham certeza do que fazer e, o pior, não tinham uma voz que comandasse, cada um tomava decisões diferentes, enfraquecendo a unidade. O desfecho daquela noite era incerto, mas aquela tropa estava fadada.

Galwin derrubou mais alguns adversários até encontrar o aspirante a sargento, garantir ter o seu cadáver no chão e pode seguir matando sem mais problemas. O sargento inimigo só se deu conta que estava sendo cercado quando metade da sua tropa já havia sido eliminada. Lothar surpreendeu mantendo metade dos seus homens vivos até aquele momento. Elesehr estava dando um suporte significativo com seus arqueiros e evitando que a tropa do bárbaro fosse morta.

Homens caíram e foram pisoteados por todos os lados e o bastardo garantiu que a maioria fosse do lado contrário ao seu. Lothar aproveitou o reforço, matou o sargento e agilizou o fim daquela tropa. O ideal seria juntar as duas tropas e terminar com a outra unidade inimiga

Mas a guarda pessoal do capitão Blacktide avançou contra Galwin.

- Barreira de escudos! - o bastardo berrou.

E as tropas se chocaram.

O sargento não sabia o nome do herdeiro vassalo dos Greyjoy, mas sabia que era ele que estava a sua frente. Ele pretendia usar sua tropa descansada contra a que já estava avariada e isso poderia significar o fim de Galwin - por mais que Lothar derrotasse a outra tropa, não sobrariam homens o suficiente para um reforço significativo e as flechas de Elesehr também não seriam um grande diferencial.

Só havia uma maneira de vencer aquela batalha.

- Desfazer formação! Atacar! Atacar a vontade! Matem todos! - Snow comandou e um urro de empolgação ignorante veio em seguida. O jovem Blacktide olhou incrédulo.

- Acabou de garantir a sua derrota.

- Não, acabei de garantir a sua.

Não havia chances de derrotar toda a tropa inimiga, mas havia chances de derrotar um único homem: o líder.

E o bastardo avançou e atacou. Seu primeiro golpe foi aparado pela espada inimiga, o segundo encontrou o escudo e o terceiro assobiou no ar. O Blacktide contra-atacou com seu escudo para abrir a guarda, empurrando Galwin um passo para trás e estocou, mas seu golpe foi evitado com a espada e a ofensiva foi retomada. O sargento forçou que seu inimigo recuasse um passo com um ataque impetuoso, outro com um encontrão de escudos e um terceiro ataque foi tentado, mas o nobre se concentrou na defesa e impediu qualquer avanço. Revirando o jogo, o Blacktide girou a espada na horizontal violentamente, esperando uma esquiva, mas Snow bloqueou com o escudo, mesmo quase se desequilibrando com o impacto. O inimigo aproveitou para atacar e era justamente o que Galwin queria - ele não se distraiu com o bloqueio, pelo contrário, prendeu a atenção do adversário para onde ele queria. A espada do herdeiro veio, o bastardo esquivou pela direita e desceu seu escudo no tornozelo do jovem herdeiro Blacktide. Um estalo doloroso se fez ouvir, seu rosto se desconfigurou em dor e seu corpo foi ao chão.

- Você conseguiu... - ele gemeu. - A vitória é sua... Sou seu prisioneiro.

- Eu não vim fazer prisioneiros.

A mão direita de Galwin encontrou o cabelo do herdeiro Blacktide e a lâmina encontrou sua garganta.

- O capitão Blacktide está morto! - o sargento bastardo urrou e todos os soldados aliados responderam em comemoração.

Alguns inimigos fugiram, outros se renderam, mas a maioria foi morta - Snow não aceitou nenhuma rendição e nem Lothar se apiedou de seus derrotados.

A euforia foi imensa e parecia inacabável. O combate foi dentro da cidadela, entre as casas, mas nenhum cidadão foi visto. Provavelmente, a maioria das família fugira para longe durante a madrugada antes da chegada das tropas, mas ninguém apareceu nem ao longe mesmo depois da vitória - quem estava perto provavelmente ainda estava com medo e escondido pelos casebres. Os homens queriam bebidas e mulheres, mas aquilo não era um saque e Galwin teve que detê-los. Prometeu mil recompensas para vários e até deu bronca em alguns, mas manteve o controle. Quando os nervos estavam menos exaltados, todos marcharam até o casarão dos Dorgauld.

Os servos dos Blacktide que guardavam a residência já haviam se rendido, todos desarmados e inofensivos como gado quando Galwin, Lothar e Eleserh chegaram. O sargento Snow permitiu que aqueles vivessem.

Os Dorgauld os receberam cheios de agradecimentos. Prometeram honrarias e presentes aos "salvadores". O povo os saudaria e um banquete seria realizado.

Eram heróis.

E o bastardo retornaria para seu tio de queixo erguido e teria sua maior recompensa: a aprovação de sor Arthur Bjorn e o ódio dos demais vassalos.

Mas, por hora, brindaria a vitória com seus comandados. Com sua própria tropa.

domingo, 5 de agosto de 2012

Encruzilhada


Foi uma longa viagem de Arena para Pena Dourada. Meu mestre me aguardava em seu templo e eu ainda tinha um dia de viagem pela frente. Fanfarra, meu cavalo, estava amarrado em uma árvore próxima a minha fogueira, enquanto eu terminava de acender os incensos para a minha meditação.

Sentei-me de pernas cruzadas a um metro da fogueira, sentindo o suor se formar em minha sobrancelha e o vento gelado soprar em minhas costas. Pousei minha espada em meu colo e permiti que o odor doce dos incensos entrasse em harmonia com o odor das árvores ao meu redor.

Inspirei uma vez. Lembrei de minha juventude ao lado de meu mestre, dos treinos com espadas, dos ferimentos causados pelo simples desacostume com uma armadura, das horas diárias de corrida, das palavras de sabedoria. Eu me orgulho do treinamento que tive. Orgulho-me de ser pupilo de um homem que atingiu o equilíbrio entre virtude e poder.

Inspirei mais uma vez. Ele me dizia que havia tido um pupilo parecido comigo, mas que havia se desvencilhado. Um pupilo com um grande potencial, mas impaciente e agressivo. Um pupilo que havia se perdido em vícios, se tornado um assassino sem escrúpulos, que acabou por ser expulso do templo.

Inspirei mais uma vez. “O que nós devemos ter antes de termos uma espada?”, meu mestre me perguntava. “Virtude”, eu respondia, como havia aprendido com ele. “E o que devemos ter enquanto empunhamos uma espada?”, meu mestre perguntava. “Virtude”, eu respondia com disciplina. “E o que devemos ter após uma batalha?”. “Virtude”.

Inspirei mais uma vez. Eu prometi ao meu mestre que me tornaria um guerreiro. Prometi que a morte nunca seria a minha finalidade. Em meus treinos, aprendi que a satisfação da luta está na auto-superação e na vitória, não no sangue derramado. Matar um criminoso ou um tirano é fazer justiça. Matar inocentes é vilania. Matar pelo prazer de tirar uma vida é permitir ser consumido por trevas.

Inspirei mais uma vez. Mas existe uma encruzilhada entre o caminho de um guerreiro e o caminho de um assassino. Meu mestre havia me avisado que seria inevitável passar por esta encruzilhada e que haveria alguém me esperando nela.

Eu perguntei se seria o seu ex-pupilo, mas meu mestre disse que não, que seu ex-pupilo já estava longe no caminho dos assassinos. Meu mestre me avisou que quem estaria me esperando na encruzilhada seria eu mesmo.

Fiquei confuso com a resposta, pedi explicação, mas a única coisa que ele me disse foi: “Quanto maior a sua luz, meu pupilo, maior será a sua sombra”.

Ouvi passos.

Abri meus olhos, empunhei a espada e me levantei. A fogueira estava em brasas e logo se apagaria por completo graças ao vento. O ar estava cada vez mais frio e incômodo. Os passos vinham em minha direção, pela frente – alguém queria ser percebido. Permaneci em silêncio, esperando para ver quem ousava interromper minha meditação. Fanfarra relinchou, agitado.

Vestia uma armadura de couro recoberta por peitoral, ombreiras, saiote, botas e manoplas de aço, empunhava uma espada longa na mão canhota e um escudo de metal na outra. Cabelos aparados, castanhos e queixo erguido, forte e orgulhoso. Encarei-o nos olhos, mas não vi nada, pois havia fendas no lugar dos olhos e, ao redor, seu rosto era quebradiço e com rachaduras. Mesmo sendo perturbador, vi que estava enganado, que havia algo nas cavidades, alguma essência, mas não consegui identificar o quê. Sei que não estava vazio por dentro, havia algo. Eu poderia dizer que estava diante de um espelho, exceto pelos olhos e, espero eu, pela essência.

Por muito tempo eu me questionei qual era o caminho de um guerreiro. Ainda não tinha a resposta, mas acho que havia chegado à encruzilhada.

Ele ergueu o escudo e a espada, exatamente como meu mestre havia me ensinado. Sem cerimônias, eu corri em investida. Ele bloqueou com o escudo e contra-golpeou com uma estocada. Girei em esquiva e descrevi um arco horizontal, mirando nas costas do meu adversário. Ele se agachou, pegou impulso nas pernas e estocou mais uma vez. Escapei por pouco, mas ele conseguiu abrir um corte na minha costela, embaixo da axila. Dei alguns passos para trás, recuperando a guarda. Ele sorriu.

Golpeei girando minha espada da esquerda para a direita em sentido vertical, mas ele deu um passo para trás, se esquivando e logo avançou. Bloqueei o primeiro golpe com o escudo, aparei o segundo com a espada, o terceiro acertou meu antebraço esquerdo, me fazendo largar a espada, o quarto acertou minha coxa direita, derrubando-me de joelho no chão.

Meu inimigo agarrou meu cabelo e encostou lentamente a sua espada na minha garganta. Posicionou com precisão. Ouvi um grito.

Senti um vento úmido e forte soprar em meu rosto, me fazendo abrir os olhos. Eu estava ajoelhado em meu acampamento. A fogueira e os incensos pareciam ter acabado de apagar. Fanfarra estava agitado. Não havia sido um sonho. Seja lá o que havia sido, não era um sonho. Mas de quem foi o grito?

- Mestre!

Arrumei minha mochila de viagem, montei em Fanfarra, arrebentei a corda que o prendia com a espada e pus-me a cavalgar. Sei que meu cavalo estava cansado, mas eu precisava alcançar o mestre o mais rápido possível. Eu sei que ele nunca estaria em perigo. Sei que nada era ameaça para ele. Mas algo estava errado e eu não podia ficar de braços cruzados.

O percurso que levaria mais um dia cavalgando, eu e Fanfarra fizemos antes de terminar a madrugada. Não consegui manter minha mente focada em nada positivo. Nunca havia saído tão agitado de uma meditação.

Assim que cheguei diante da escadaria do templo, amarrei Fanfarra em qualquer árvore e subi correndo pelos degraus. As árvores pelo caminho que costumavam ser tão vivas pareciam paradas e frias. A lua que costumava brilhar como prata estava cinza e agourenta. Ou talvez tudo estivesse normal e eu que estivesse mórbido.

Atravessei as pilastras cheguei ao portal do templo. Tudo estava em silêncio. Tudo estava imóvel. Quebrei a estabilidade da madrugada e abri o portal.

- Não... Impossível...

Em cada parede e em cada pilastra, havia uma marca de batalha. Vasos e estatuetas não eram mais do que migalhas espalhadas pelo templo. Na parede, ao fundo, havia uma estrela invertida de sete pontas desenhada em sangue e logo abaixo, no chão, jazia o corpo de meu mestre, assassinado.